Pois estava nu...

22/12/2015 19:47
                   
Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim:
Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.
E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus.
Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.
E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.
Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar.
João 21:1-7
 
No apêndice do Evangelho de João temos uma intrigante passagem onde Jesus já ressurecto volta a aparecer aos seus discípulos após algum tempo de ausência, abordaremos hoje um interessante estudo de Waldir C. Grooders sobre esse episódio (refira-se que "estar nu" na Bíblia tipifica sempre um sentimento de vergonha).
Logo após a morte e ressurreição de Jesus, o clima de fé entre os apóstolos havia esfriado bastante pois não conseguiam acreditar num Cristo invisível. Durante três anos permaneceram dia e noite com o Mestre e não puderam assimilar a sua partida repentina, embora Ele os tenha alertado diversas vezes sobre isso.
Aquele ânimo evangelístico parecia estar adormecendo e a prática das antigas obras – como pescar - pedia permissão para voltar com toda a força. Pedro e os apóstolos não resistiriam por muito tempo, e lá estavam eles de volta às suas redes de pesca e à velha vida.
Tudo corria normalmente. Pedro estava tão à vontade entre os amigos que até tirou a roupa para entrar na água. Para a sua pobre mente de fé sem Deus, Jesus se tornara apenas uma história que aos poucos poderia ser esquecida. Mas, algo inesperado acontece - o grito de João ecoa pela escuridão do mar da desesperança: É o Senhor!
Quantos vivem hoje nessa mesma situação? Tiraram a sua roupa e deixaram aparecer as suas vergonhas. Estão tão acostumados entre os amigos que nem imaginam a surpresa do aparecimento repentino de Jesus. Entretidos nas coisas do mundo, nem se dão conta que Ele poderá aparecer a qualquer instante e requisitar a nossa vida, teremos então, que nos jogar no mar da vergonha, o mesmo mar que nos fez esquecer de Jesus.
É muito fácil não acreditar nas palavras de Jesus quanto a sua permanência connosco depois da sua ressurreição – é só ignorar e ir pescar! Certamente teremos muitos amigos e companheiros para irem connosco ao mar do afastamento de Deus, para nos corrompermos na prostituição, no roubo e na mentira.
João – o discípulo amado do Senhor – pela intimidade que tinha com Jesus, logo O reconheceu, mesmo no escuro. São muitos que hoje não O reconhecem, nem de dia, e continuam expondo as suas vergonhas sem o mínimo de pudor. João não ficou de boca fechada, e logo gritou bem alto o nome de Jesus para que os outros despreparados pudessem se preparar.
Pedro, mesmo com pouca fé, falou com a sua boca aquilo que estava em seu coração: “Senhor, afasta-te de mim que sou homem pecador”. Que belas devem ter sido estas palavras aos ouvidos de Deus. Um homem falho como Pedro, mas, que reconhecia os seus erros e também sabia respeitar a santidade de Jesus. Que gesto lindo o de Pedro, que não ignorou a presença do Mestre Amado na sua vida e logo recebeu promessas gloriosas para o seu futuro, tornando-se o grande Apóstolo Pedro – pescador de homens.
Cristo vai voltar de surpresa (ainda que os avisos sejam muitos), e quem estiver sem roupa não poderá subir com Ele, pois as suas vergonhas não foram abandonadas e nem perdoadas.
 
“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”
Apocalipse 16:15
 
Por Pr. Waldir C. Grooders