Parábola do devedor incompassivo. A importância do perdão

22/02/2016 19:53
                                  
"Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos.
Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata (10.000 talentos).
Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida.
"O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’.
O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir.
"Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve! ’
"Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’.
"Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido.
"Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou.
Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você? ’
Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia.
"Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão".
Mateus 18:23-35
 

INTRODUÇÃO

 
Queremos ministrar ao seu coração sobre um dos temas mais libertadores da Bíblia: 
O Perdão!
Diante dele nenhum inimigo escravizador pode triunfar. Ele retira todos os argumentos, faz cessar toda a contenda e calar toda contrariedade. O perdão traz alívio e sossego para a alma aflita. Ele revela o amor de Deus e por isso é tão poderoso assim. Na estrutura deste estudo queremos responder à seguinte pergunta:

Por que devo perdoar?

Pedro chegou a Cristo, com a pergunta: “Até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” Mat. 18:21. Cristo, porém, ensinou que nunca nos devemos fatigar de perdoar. Não “até sete”, disse Ele, “mas até setenta vezes sete”. Mat. 18:22.
Logo após ele contou a parábola do credor incompassivo e como devedores perante Deus devemos dar-lhe a melhor atenção.
 

ANÁLISE À PARÁBOLA

Conforme Cristo ensinou a Pedro, o perdão deve ser perpétuo se nosso irmão estiver verdadeiramente arrependido, e não concedido uma, duas ou sete vezes. Daí vem a parábola explicativa da concessão que devemos fazer ao nosso próximo, para podermos receber de Deus o troco na mesma moeda. Vemos na parábola que o primeiro servo a chegar foi justamente o que mais devia: 10.000 talentos! Soma fabulosa naquele tempo para um trabalhador.
Jesus escolheu mesmo essa quantia avultada para melhor impressionar seus ouvintes sobre a bondade de Deus e a natureza da doutrina que em nome do Senhor estava transmitindo a todos. Pois bem, esse devedor, vendo-se ameaçado de ser vendido com ele sua mulher e seus filhos, sem eximir-se do pagamento, pediu moratória, valendo-se da benevolência do rei; este, cheio de compaixão, perdoou-lhe a dívida, isto é, suspendeu as ordens (que eram o procedimento legal na altura) que havia dado para que tudo quanto possuía, mulher, filhos e mesmo o servo, fossem vendidos para o pagamento.
Mas continua a parábola, aquele devedor, que havia recebido o perdão, logo ao sair encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem denários (1 talento equivalia aproximadamente a 6000 denários), ou seja uma verdadeira bagatela que para ele, homem devedor de uma soma astronómica, por certo nada representava; e exigiu do devedor violentamente o seu dinheiro. Ao desdobrar-se aquela cena, os seus companheiros, que haviam presenciado tudo o que se passara, indignaram-se e foram contar ao rei o sucedido
O rei, indignado com o seu procedimento, ordenou que ele viesse à sua presença e admoestou-o severamente pela sua atitude impiedosa, e voltando atrás em sua deliberação anterior, ordenou que o servo incompassivo fosse entregue aos torturadores, e mantido preso até que a dívida fosse quitada.
 

O perdão e a justiça divina

A parábola do Credor Incompassivo merece uma análise mais profunda pois ela deixa antever, numa escala reduzida, o que ocorre na Justiça Divina: há necessidade de se perdoar, para também ser perdoado.
Jesus Cristo, num dos seus maravilhosos ensinos, recomenda que devemos perdoar os nossos desafetos enquanto estivermos a caminho com Ele, o que implica dizer que cumpre perdoar os nossos ofensores enquanto estivermos com eles na Terra, porque, aqui, na realidade é onde verdadeiramente mostramos quem somos, a nossa índole.
O credor incompassivo representa infelizmente uma grande parte da humanidade, reconhece-se pecadora, não nega estar sobrecarregada de dívidas perante Deus, cujas leis transgride a todo instante, mas, ao mesmo tempo que suplica e espera ser perdoada de todas as suas prevaricações, age, com relação ao próximo, de forma diametralmente oposta, negando-se a desculpar e a tolerar quaisquer ofensas, por mais mínimas que sejam. E muitos são os que partem deste mundo com este pecado. Quando suplicamos ao Pai, na oração do Pai Nosso: "Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido", geralmente fazemos uma promessa inócua, um verdadeiro engodo. Queremos realmente que Deus perdoe as nossas grandes dívidas e ofensas, em retribuição prometemos, mas não cumprimos, dispensar o perdão àqueles que nos devem muito pouco.
Pois bem, na análise à parábola percebemos que Deus está disposto a perdoar tudo, mas exige também da nossa parte o mesmo comportamento a nossos semelhantes de forma a equilibrar a balança. Nesta parábola o Senhor Jesus mostra que ao homem a quem Ele havia perdoado, foi-lhe retirado o perdão. Houve uma anulação da sentença pelo fato de aquele homem não ter feito jus à condição de alguém que foi perdoado. Se nós insistirmos em negar o perdão aos nossos semelhantes, corremos o risco de não sermos perdoados por Deus. E, quem sabe, muitos de nós estamos vivendo como se tivéssemos sido perdoados, sem, na verdade, termos sido perdoados. Talvez seja esta a razão por que o inimigo encontra algumas portas abertas em nossa vida, mesmo que sejamos pessoas de oração e mesmo que estejamos trabalhando na obra de Deus. É um engano pensar que todo o nosso mau comportamento será perdoado sem o devido escrutínio.
 

Conclusão

Virtude santificante é saber perdoar, mas poucos sabem usá-la. Jesus Cristo, na hora extrema da sua crucificação, ergueu os olhos aos Céus e rogou ao Pai que perdoasse os seus acusadores porque eles não sabiam o que estavam fazendo, representando essa sua atitude um autêntico exemplo de bondade e de tolerância para com as faltas alheias. Essa demonstração de amor ao próximo deve servir de paradigma para todas as gerações.
A falta cometida por qualquer pessoa, reclama reajustamento no futuro, e as piores coisas que podem acontecer aos nossos Espíritos, ao adentrarem a vida futura, é levar os corações inundados de ódio e de sentimentos de vingança. É certo que Deus está disposto a perdoar todas as nossas dívidas por maiores que sejam, mas Ele nos alerta que devemos ter um procedimento semelhante com o nosso próximo para sermos dignos de alcançar tamanha dádiva.
Sendo assim lembremo-nos do exemplo de Jesus e perdoemos os nossos ofensores arrependidos e se possível até os que não tiveram a dignidade de se arrepender. Fazendo isso teremos a certeza do nosso perdão futuro e o alcance da salvação deste mundo tenebroso.
Este é o grande poder do perdão e jamais o devemos esquecer!
 
"Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;"
Mateus 5:7
 

Fontes:

A Parábola do Credor Incompassivo
https://www.sandovaljuliano.com.br/site/estudos-biblicos/46-as-parabolas-de-jesus/445-a-parabola-do-credor-incompassivo
PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO
https://www.acasadoespiritismo.com.br/parabolas/PARABOLA%20DO%20CREDO%20INCOMPASSIVO.htm